sábado, 27 de outubro de 2018

"A VIDA EM POESIA 3 " - 18ª OBRA DE NECA MACHADO NA EUROPA

NECA MACHADO

NO MEIO DO MUNDO (AMAPÁ) "A VIDA EM POESIA 3- 18ª OBRA DE NECA MACHADO



“A VIDA EM POESIA 3”- 18ª OBRA DE NECA MACHADO-PT”


NM

(Neca Machado)

BIOGRAFIA



Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 20 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, e 2018.  Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora em A Vida em Poesia 3- ano de 2018, coautora na obra Bilíngue inglês e português lançada em Zurique-2018 – Tributo ao Sertão, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)






Já está no Meio do Mundo (Amapá) a obra coletiva de Poemas “A Vida em Poesia 3”.


A Antologia de Poetas lusófonos, reúne em seu bojo uma coleção preciosa de pura emoção literária, de vários países, dentre eles: Brasil (Neca Machado) Espanha e Portugal. A obra lançada em 14 de setembro em Lisboa (2018), é composta da produção literária de 92 autores, com 163 páginas, sob a responsabilidade da Editora Helvetia.


Neca Machado caminha sobre o Rio Amazonas.



O maior rio de agua doce do planeta, e traduz em rimas sonorizadas de emoção um passeio de barco onde suas mãos tocam as águas barrentas do Amazonas, como se fossem pés. Abre uma janela imaginaria sobre o horizonte e se ergue altiva como as palmeiras de açaizeiros quase tocando as nuvens, e brinca no espelho d’água que se integra ao céu. “Minha poesia traduz minha alma cabocla, cheia de magia e encantos da floresta, me banho de ervas, escuto o cantar de pássaros nativos, recebo bênçãos de deuses tucujus...”

Sendo libertaria de sua emoção.





HOJE! EU VIM CAMINHAR SOBRE O RIO AMAZONAS.



HOJE! (   )


EU abri minha janela para o Rio,

E cheguei na linha do horizonte.


Vim ver pássaros nativos bailando sobre açaizeiros,

Vim brincar com as nuvens que se unem a Maré.

E se confundem.

Vim sentir a nevoa das aguas barrentas do maior rio de agua doce do mundo,


O Rio Amazonas,


Batendo em meu rosto afro,

E sorri de satisfação.


Hoje EU...


 Só quero a liberdade de caminhar sobre a AMAZONIA.

Sem pressa, sem medo, sem RUMO...



HOJE vim caminhar, sobre o arco íris da Amazônia, multicor...

Vim escutar sinfonias de pássaros,

Vim me embrenhar sobre caminhos dentro do Rio.


Parei em ilhas verdejantes, subi em catraias e rabetas....

Assoviei para seres inimagináveis, e

Pedi a benção da Mãe d’água,

Escutei ao longe o canto do Uirapuru,

Sim! Era ele sim,

Veio me saudar.


Vi Iara, Matinta Pereira...

Vi ao longe um Boto...

E ele se transportou até minha janela sobre o Rio.


Mas, para que? Quero pés, se tenho asas? (Frida Kalo)


E com elas me embrenhei de novo na mata.


Catei um fruto de Cupuaçu, polpudo, comi sem pressa,

Achei Taperebás, não tinham bichos,

Amei a cor de cobre dos Buritis

Que teimavam em navegar nas aguas barrentas deste Rio...

E descobri no meio das Aningueiras, a temida Cobra Verde...


E de novo coloquei minhas asas e fui para as copas dos açaizeiros

Nem precisei de Peconha.

E a cor viva roxa dos açaís na minha boca.

E o purpura da emoção no meu coração, sem TI....



HOJE,


 Há,

hoje, remei contra a Maré do Rio Amazonas...

E ELE (Rio) tão calmo, nem se irritou com minha presença.

Me cobriu de orvalho serenado de poesias caboclas...


E EU só queria abrir uma nova janela para o infinito...(TOM)


E Vim caminhar SOLITÁRIA sobre este manto do pulmão do mundo.


Hoje EU...


 Só quero a liberdade de caminhar sobre a AMAZONIA.

E perpetuar minha lembrança.

Mas, não morrerei de saudade.

domingo, 15 de julho de 2018

LIVRO DIGITAL

CRONICAS DA NECA MACHADO

"PUTA FOLÓ"


LIVRO DIGITAL

CRONICAS DA NECA MACHADO
“MEMORIAS DE PUTAS VELHAS-LEMBRANÇAS AMARGAS”

PUTAS (Não guardam segredos, um dia contam...)


(PUTA FOLÓ)*
BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 16 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, e uma em Genebra em 2018, em edição bilíngue português e inglês, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




         Sentada em uma velha cadeira de macarrão curtida, com alguns fios soltos em uma varanda dentro do Lago onde ainda com lagrimas nos olhos, reclamava por não ter tido um lugar melhor para morrer no fim da vida, ela apenas escutava o canto dos Sapos dentro “daquele inferno” na terra, e se perguntava: porque essas porcarias não param de gritar mesmo com chuva?

Nunca foi uma Mulher para morrer dentro do Lago, rodeada de aningas, uma ponte podre, ratos sobre a mesa do jirau, vermes por todo lado, o barulho das músicas ensurdecedoras dos fins de semana de seus vizinhos mal-educados, que não a deixavam dormir, o cheiro de merda dos banheiros ao ar livre a incomodavam, a cabeça coçava, eram piolhos, cruz credo, e olha que contradição, ela que era da noite, triste fim para uma PUTA VELHA.

Era linda, corpo escultural, cabelos ondulados, vaidosa, seus seios cheios de sedução, suas pernas, um pouco tortas, mas era de menos, mesmo “na vida” ela ainda tentou ter família, teve filhos de vários casamentos, que agora tentavam sua sorte, muitos sem sorte, teve um que ela se amargurava, tinha orgulho dele, mas, ele: contava para as falsas amigas; nunca teve sorte, “agora se juntou com uma Puta velha cheia de filhos pra ele criar, olha a sina do coitado”.
E aí, se lembrou da briga que teve no Cabaré com outra PUTA VELHA.
Foi um auê! Sorriu sem dentes.

FATOS

            Na caixa de som meio fanhosa do velho Cabaré no fim dos infernos, os clientes tentavam dançar ao som de músicas românticas, encostados nas quengas, se excitando para acabarem a noite em catres ou leitos das caceteiras, cheios de ilusões e sonhos que os tornariam realidade, quando a luz se apagasse, e ela confiando numa falsa Amiga, contou-lhe seu segredo, disse que nunca mais confiaria em alguém: contou que tinha um cliente fixo que sempre que vinha de Caiena ficava com ela, (mas resmungou: cruz credo, o Homem é um Cavalo, me arrebentou toda, quase que fui pro gelo....”)
E pensou que o tal Segredo jamais fosse revelado.

Noite de sonhos, festa a rodar, a música de Altemar Dutra enchia o salão.

Sentimental eu sou, Eu sou demais
Eu sei que sou assim
Porque assim ela me faz
 As músicas que eu,
 Vivo a cantar Têm o sabor igual
 Por isso é que se diz Como ele é sentimental
 Romântico é sonhar
 E eu sonho assim
Cantando estas canções
Prá quem ama igual a mim.....

E ela, naquela noite, estava linda, fez o cabelo, pintou as unhas, vestiu seu vestido de festa, sapato alto, perfume barato…E conquistou um belo Peixeiro dono de uma embarcação de Pesca, que tinha até um carro vermelho, e não sabia, que ele era disputado pelas gorjetas que deixava.
Foi quando em uma dança, recebeu um chute na perna e quase caiu.
Era uma rasteira.
Foi quando escutou um grito ensurdecedor:
PUTA FOLÓ, ELA É FOLÓ!
O homem se espantou.

Se explicar, nem tinha explicação, a porrada correu solta, pontapés, puxão de cabelo, unha quebrada, cara cortada, gente correndo….Policia, mas, até no puteiro tinha policial de plantão, eles iam lá de vez em quando sonhar também.

Mas, enfim, ela agora, é só lembranças, e muitas AMARGAS.

PS.

FOLÓ era um termo usado para especificar FLACIDEZ VAGINAL.

Hoje com tanta tecnologia, a vagina volta a ter sua flacidez recomposta até por lazer. Basta ter dinheiro para recompor até o hímen. ( rs.......)

quarta-feira, 11 de julho de 2018

SEGREDOS? PRA QUE? SE UM DIA ELAS CONTAM.E EU, ADORO ESCUTAR...

LIVRO DIGITAL


CRONICAS DA NECA MACHADO


LIVRO DIGITAL
CRONICAS DA NECA MACHADO
“MEMORIAS DE PUTAS VELHAS-LEMBRANÇAS AMARGAS”

PUTAS NÃO GUARDAM SEGREDOS! (Me disse UMA, e um dia contam...) E EU gosto de escutar...

(A PUTA E AS ROSAS VERMELHAS)


BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 16 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, e uma em Genebra em 2018, em edição bilíngue português e inglês, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)


          Na velha prateleira da “Petisqueira” herança de família, coitada, ELA conservava um vaso de flores, como para lembrar o passado.



Tinha comprado em um comercio do centro de Macapá, Rosas Vermelhas de plástico, que achou lindas e que não precisariam de agua para permanecer vivas, assim, seu passado não morreria.
Quando criança, Ela foi em um velório com a avó, de uma conhecida, e nas mãos da morta, tinha uma Rosa Vermelha, pedido da defunta antes de morrer. Aquilo nunca saiu da sua cabeça.

Ela cresceu, não estudou, repetia que nunca tinha escutado os conselhos da Mãe, que sempre dizia: que “a enxada era mais pesada do que a caneta” e seu futuro foi mesmo parar em um Puteiro lá para as bandas do final da Avenida Fab.
Afrodescendente com olhos amêndoas, cabelos lisos como saídos de uma chapinha, pernas torneadas, cintura de violão, voz mansa, ela realmente era pura sedução me contou.

Tinha muitos “clientes”.
Autoridades que saiam escondidos de suas casas, deviam mentir as esposas, sorriu sarcasticamente.
Empresários, etc..., médicos que mentiam para ver falsos pacientes...
Ela sim, era uma paciente especial, um verdadeiro remédio para a alma, sorriu mais uma vez.

E um deles sua preferência por ser um galanteador, lhe fez as vontades mais difíceis.

E um dia ele lhe fez uma pergunta, o que ela gostaria de presente no seu aniversário? E ela respondeu: queria uma dúzia de Rosas Vermelhas, naturais, lindas, grandes, que só tinha visto uma, em um velório quando criança.
Ele se espantou, tinha dinheiro, poderia lhe dar uma joia, mas ela só queria asRosas Vermelhas.

E ele (   ) mandou buscar em Belém, vieram em uma caixa com um plástico transparente, trazia um cartão escrito a mão que ela ainda guarda de lembrança, talvez tenha perdido, mas lembra que tinha o cartão.
Na cama a espera dele, ela se enfeitou, depositou as Rosas sobre o lençol, como se fosse uma verdadeira Lua de Mel, colocou uma no cabelo, como se fosse a Dama das Camélias, ela nem sabe quem era, mas se enfeitou, e dançou pra ele com as Rosas Vermelhas, colocou na boca, passava a Rosa sobre seu rosto, e assim foi uma noite especial.

Me disse que ele ainda está vivo, ou será que já morreu? Nem lembra mais. Ela envelheceu, o Puteiro fechou.


Mas as Rosas vermelhas de um tal Puteiro no coração de Macapá, nunca saíram de sua cabeça.